
AS PAUTAS –BOMBA DO CONGRESSO E EDUARDO CUNHA.
Por: Rosangela Hollanda
O vice-presidente da República, Michel Temer, responsável pela articulação política do Executivo, reuniu-se semana passada no Palácio do Jaburu, com líderes de partidos da base aliada para tratar das chamadas “pautas-bomba”, como são chamadas as propostas no Legislativo que podem elevar despesas públicas. Além de líderes da base, seis ministros participaram do encontro, entre eles Aloizio Mercadante (Casa Civil), Gilberto Kassab (Cidades), Gilberto Occhi (Integração Nacional), Antonio Carlos Rodrigues (Transportes), Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Armando Monteiro (Indústria e Comércio Exterior).
Dentre estas pautas estão, a PEC (Proposta de Emenda a Constituição) que vincula os tetos do salário da Advocacia-Geral da União e das Procuradorias estaduais e do Distrito Federal a 90,25% do salário de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), com aumentos correspondentes para as demais faixas das categorias; e um PL (Projeto de Lei) que dá um aumento de correção do FGTS, os saldos depositados a partir de 2016 formarão uma conta paralela e serão corrigidos pelo índice da poupança, cerca de 6 % ao ano. A correção atual do FGTS é de cerca de 3% ao ano.
O líder do governo na câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que “o governo pretende adiar a votação da PEC que aumenta salários da AGU e do PL que corrige o FGTS, para que não haja impacto nas finanças do Estado”. Tudo ficou mais difícil, desde que Eduardo Cunha anunciou publicamente o rompimento com o Governo Dilma; estão se aproveitando do momento para inchar ainda mais a máquina administrativa.
Isso reflete a incapacidade do governo em se manter no carro-chefe, que alias está mais pra carro-bomba; com tanta DESarticulação política.
Ainda por cima, o Procurador Geral da República Rodrigo Janot, enviou uma Manifestação ao STJ, nesta quinta-feira 13, afirmando que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou o cargo para solicitar a intervenção da Advocacia Geral da União (AGU) e tentar se beneficiar no inquérito da Operação Lava Jato. Na última sexta, a AGU enviou documento em nome da Câmara dos Deputados pedindo que sejam invalidadas as provas coletadas na Casa sobre a investigação da Operação Lava Jato contra Cunha.
Resumindo, é uma jogada de interesses dos dois lados o tempo todo, e nem governo e nem oposição estão realmente preocupados com os rumos que toma o país nacional e internacionalmente, pois cada um só se preocupa com o próprio poder político. Não é assim numa democracia, não deveria ser.